Eu, solidão: Uma jornada delirante em busca de mim mesma.


Eu, solidão: Uma jornada delirante em busca de mim mesma.

Eu mudei a trajetória da minha vida aos 42 anos. No auge da minha solidão. E não me arrependo. De jeito nenhum. Eu tive peito e coragem pra mudar tudo: mudei de pessoas, de lugares, de atitude e até a maneira de ver o mundo. Era hora de voar, de bater as asas e subir até o infinito.

Tive que aprender a ser mais humilde. Não que eu não tenha sido humilde, mas precisava aprender mais sobre essa palavra transformadora. E realmente a humildade transforma. E aprendi que gratidão tem que ser (sim!) um mantra diário na vida da gente.

A verdade é que durante muito tempo os meus olhos estavam perdidos sem saber pra onde ir. Minha vida se traduzia em ser quem eu não era. Me apossei de várias máscaras sociais e fui viver meus personagens. E para completar, no meio desse caminho tiveram muitas conquistas, aplausos, oportunidades incríveis, pessoas importantes; mas também teve muita dor, choro pelos cantos, sofrimento diário e uma vontade absurda de desaparecer do planeta Terra. Aguentar tudo isso sozinha não foi nada fácil. Daí então que num belo dia a intuição me avisou que era hora de mudar. De encerrar esse ciclo doentio e sem propósito no qual vivi por anos. Era agora ou nunca. E eu decidi que ia mudar tudo. E eu consegui dar o primeiro passo em direção a essa grande mudança na minha vida.

Pela primeira vez na vida eu parei de dar volta ao redor de mim mesma. Sim, eu andava em círculos sem chegar a lugar nenhum. Foi então que me olhei no espelho e me deparei com uma imagem cinza de mim mesma. Sem cor, sem brilho, sem poder algum. Uma cena triste e solitária. Mas havia o desejo de mudar, de voar alto! E quando o brilho da mudança reluziu intenso e forte nos meus olhos, eu consegui ver algo incrível, excepcional, como nunca havia visto antes: a minha verdadeira essência. Ali estava Eu dizendo para mim mesma que essa Alessandra refletida bem ali na minha frente só queria ser feliz. Muito prazer! Mas ainda havia resquícios de um ego que carreguei por anos. Um ego que alimentei a vida inteira tentando ser quem eu não era só para agradar gregos e troianos. E esse ego por muitas vezes me jogou no chão, roubou incansavelmente o brilho dos meus olhos, me tirou pessoas e oportunidades incríveis e levou o que havia de melhor em mim: a humildade. E eu achava que estava linda na fita. Pobre de mim.

Foram tantas (e mais tantas!) micro revoluções que eu provoquei durante essa mudança que em determinado momento eu precisei me equilibrar para não cair. Foi então que eu decidi me levantar em cada queda, em cada escorregão, em cada casca de banana que cruzasse meu caminho. Nada mais iria me deter.

Eu me empoderei sabe. E isso me deu uma força absurda pra começar tudo de novo. Do zero. Pedrinha por pedrinha, me desapegando de tudo e de todos, sobretudo do ego. E decidi que não ia mais correr atrás de ser a melhor e a mais bem-sucedida em tudo. E nem estava mais a fim de subir no topo do mundo pra dizer “eu venci”. O que eu quero de verdade? Correr sem pressa (mas sem parar!) atrás dos meus sonhos, com uma vontade absurda de inspirar pessoas e de inspirar a mim mesma. De ser feliz somente.

E eu vou tentando, dia após dia, aprendendo com a vida, com as pessoas, com o novo caminho que escolhi seguir, com as decepções, com as angústias, com a solidão, com as noites mal dormidas de tanto viajar nos meus sonhos, com tanta coisa que cruza o meu caminho. Parece exaustivo, mas está valendo muito a pena. Muito!

O que me motiva de verdade são as conexões incríveis que estão surgindo enquanto percorro a minha jornada solitária. Meu Deus! Gratidão por cada uma delas!

No auge dos meus 47 anos, eu estou apenas começando. Eu não quero a pressa e nem a ansiedade para seguir adiante. Só quero acreditar que eu posso tornar tudo mais leve e emocionante enquanto percorro a minha jornada.

Bem-vindo(a) ao meu delírio!




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