Daiara Tukano

Daiara Hori Figueroa Sampaio, conhecida como Daiara Tukano ou Duhigô, artista, ativista, educadora e comunicadora indígena brasileira. Pertence ao povo Tukano (Yé’pá Mahsã), especificamente ao clã Erëmiri Hãusiro Parameri, originário da região do Alto Rio Negro, na Amazônia brasileira. Cresceu em uma família de lideranças indígenas engajadas na luta pelos direitos dos povos originários, o que influenciou profundamente sua trajetória pessoal e profissional.

Durante a infância, viveu na Colômbia e na França, experiências que contribuíram para sua fluência em português, espanhol, francês e inglês. Formou-se em Artes Visuais e concluiu mestrado em Direitos Humanos pela Universidade de Brasília (UnB), onde desenvolveu pesquisas sobre o direito à memória e à verdade dos povos indígenas. Além disso, foi coordenadora da Rádio Yandê, a primeira web-rádio indígena do Brasil.

Sua produção artística é marcada pela investigação das tradições e espiritualidade de seu povo, especialmente por meio do estudo do Hori — termo que, na língua Tukano, refere-se à "miração", ou seja, às visões espirituais obtidas em rituais com ayahuasca. Essas visões são representadas em suas obras, que incluem murais, pinturas e instalações, explorando formas, cores e luzes para transmitir a profundidade das experiências indígenas. ​

Entre suas obras mais notáveis está o mural "Selva Mãe do Rio Menino", pintado no Edifício Levy, em Belo Horizonte, considerado o maior mural de arte urbana realizado por uma artista indígena no mundo, com mais de 1.000 m². Participou de diversas exposições importantes, como a 34ª Bienal de São Paulo, e teve sua primeira exposição individual, "Amõ Numiã", na Galeria Millan. ​

Daiara também atua como curadora, destacando-se na exposição "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação", sobre línguas indígenas, realizada no Museu da Língua Portuguesa e em outras instituições. Suas obras integram acervos de importantes museus, como o MASP, a Pinacoteca de São Paulo e o Museu de Arte do Rio.

Reconhecida internacionalmente, recebeu prêmios como o PIPA Online e o Prince Claus Seed Award. Atualmente, é membro do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), representando os povos indígenas.

Daiara Tukano é uma voz fundamental na promoção da arte indígena contemporânea e na defesa dos direitos e da memória dos povos originários, utilizando sua arte como instrumento de resistência, educação e transformação social.

​Temas de Palestras

Arte e Subjetividades Indígenas

● Explora como a arte indígena expressa subjetividades próprias, desafiando paradigmas ocidentais e promovendo uma compreensão mais ampla das culturas originárias.

Cosmovisão e Narrativas de Criação

● Apresenta a visão do povo Tukano sobre a origem do mundo, destacando a importância das histórias ancestrais na formação da identidade cultural.

Interculturalidade e Educação

● Discute a presença indígena nas universidades e a importância do diálogo intercultural no ambiente acadêmico, promovendo a valorização dos saberes tradicionais.

Patrimônio Indígena e Museus

● Analisa a relação entre museus e culturas indígenas, questionando práticas de apropriação e propondo uma abordagem mais ética e respeitosa na preservação e exposição de artefatos indígenas.

Espiritualidade e Arte

● Aborda como a espiritualidade indígena, especialmente as experiências com ayahuasca, influencia sua produção artística, refletindo visões e ensinamentos ancestrais.

Direitos Humanos e Memória

● Foca na luta pelos direitos dos povos indígenas, enfatizando o direito à memória e à verdade, e como a arte pode ser uma ferramenta de resistência e afirmação cultural.

AT 04-25