O rei Uzias governou o povo de Judá por 25 anos. Construiu torres fortificadas em Jerusalém e no deserto de Neguebe, um lugar extremamente árido no extremo sul da Palestina, onde fez vários reservatórios de água para sustentar seus rebanhos. Amava a terra e tinha muitas fazendas, criação de ovelhas e plantações de uvas nos montes e nos vales.
Durante esse longo reinado, ele conquistou todos os países vizinhos. Organizou um exercito com 307 mil soldados e fabricou máquinas de guerra para atirar pedras e flechas em seus ataques. Tornava-se cada vez mais poderoso… até que o orgulho por suas obras e conquistas lhe subiu à cabeça.
Julgava-se acima de todos os poderes. Um dia, entrou no santuário do templo para queimar incenso, contrariando uma determinação religiosa de que somente os sacerdotes podiam fazer esse ritual.
O sumo sacerdote Azarias e os oitenta sacerdotes do templo tentaram impedi-lo, pedindo que ele se retirasse do santuário, pois estava cometendo uma transgressão.
“Queimar incenso aqui no templo compete apenas aos sacerdotes que foram consagrados para essas funções” – argumentaram com ele.
Em vez de acatar, Uzias se indignou, recusando-se a largar o queimador de incenso que estava segurando. De repente, apareceu lepra em sua testa. E ele, com essa doença incurável naquela época, passou a viver sozinho, isolado, separado de sua gente, até morrer. Nem mesmo recebeu sepultamento digno de rei.
Essa história está em II Crônicas (26, 1-22). E no Livro de Provérbios (16: 18-19) podemos entendê-la em duas frases: “O orgulho precede a destruição; a arrogância precede a queda. É melhor ter espírito humilde entre os oprimidos do que partilhar despojos com os orgulhosos”.
Aqui no Brasil, nos dias de hoje, temos acompanhado a trajetória de pessoas poderosas que passam a se considerar acima de todos, inclusive acima das leis e dos demais poderes, como na história do rei Uzias.
Mas esse comportamento arrogante não acontece apenas nas altas esferas do poder político e econômico. Querer ser bem-sucedido é bom, mas vencer mantendo-se íntegro, ético e humilde é um desafio para o caráter de cada um de nós.
O problema é que algumas pessoas mudam seus costumes e princípios quando o sucesso sobe à cabeça. Esquecem os que o ajudaram a chegar a estas conquistas, trocam de mulher, ignoram família, equipe, amigos, parceiros e o Pai Criador. Deixam-se dominar pelo orgulho e isso terá um preço. Pode não ser uma doença fatal, como na história de Uzias, ou desonra e prisão, como tem acontecido com tanta gente poderosa desmascarada pela Justiça. O orgulhoso muitas vezes continua cheio de poder e riqueza material, mas em seu íntimo há uma grande infelicidade, porque o orgulho traz destruição espiritual, e a vaidade faz o coração cair em desgraça. A verdadeira prosperidade floresce nas pessoas humildes e generosas, que semeiam a felicidade ao seu redor.
Um abraço
Prof. Gretz.