Rogerio Olegario

Brasília/DF
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Rogerio Olegario

Rogério é consultor, planejador, educador financeiro pessoal, escritor e palestrante. É practitioner em programação neurolinguística pela Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística. Possui curso de análise transacional e formação em constelações familiares sistêmicas pelo Hellinger Landdshut Institut – Alemanha.


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Seu amigo, o gerente do banco

Seu amigo, o gerente do banco


Quando pergunto às pessoas a quem elas recorrem quando querem se informar ou tomar uma decisão sobre investimentos, a maioria responde “ao meu gerente de banco, afinal, ele é a ‘pessoa’ do mercado financeiro”. Segundo Aurélio Buarque de Holanda, no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, “gerente. que ou quem gere ou administra negócios, bens ou serviços.”

Há tempos, nos bancos só havia um gerente – o da agência. Era ele que a administrava e geria os negócios. Mais recentemente, os bancos descobriram que a maioria das pessoas não administra as próprias contas. Isso se dá por falta de tempo, por procrastinação, por desconhecimento e outros motivos. Desse modo, foram colocados “gerentes” para cuidar delas. Hoje, diversos funcionários em um banco têm o título de gerente. É o gerente de contas. Você se refere a ele como “o meu gerente”.

Seu gerente? Por acaso ele é seu funcionário, pago por você para administrar e gerir seus negócios? Creio que não. Pior ainda, você acha que ele, além de seu gerente é seu amigo? Lembre-se: para ele você é, simplesmente, cliente. E você deve entender que ele é um funcionário do banco, pago pelo banco, com pesadas metas para vender serviços e produtos financeiros.

Portanto, cuidado! A “amizade” que ele diz existir, serve para convencer você a aceitar um produto ou serviço do qual você não precisa, que não pode contratar ou que até mesmo desconhece – a título de ajudá-lo (o gerente) a cumprir metas. Pela “amizade” ele concede a você um empréstimo. Desde que você contrate também um seguro, um título de capitalização ou uma previdência privada – às vezes os três. Tudo para, de novo, ajudá-lo. Além de ferir o Código de Defesa do Consumidor, ele acaba emprestando a você parte do seu próprio dinheiro. Amigão, ele.

Quem investe ou toma decisões financeiras baseadas nas orientações do “gerente-amigo” corre o risco de ter os interesses sobrepostos pelos da instituição. É simples. O bom funcionário atende, acima de tudo, aos ditames do empregador e os produtos indicados para você tendem a ser aqueles mais rentáveis. Para o banco.

Tire a prova. Você já foi aconselhado a reduzir gastos para não usar o cheque especial? Recebeu orientações sobre como usar o cartão de crédito para evitar um endividamento? Já foi chamado para conversar sobre melhores opções de investimentos para você e estas foram comparadas com as de outras instituições? Taxas e tarifas, algumas foram baixadas por livre e espontânea vontade do seu gerente? Ele já aconselhou você a NÃO contratar títulos de capitalização, consórcios ou produtos de previdência privada? Já sei, as respostas foram “não”!

Além disso, você já viu o seu amigo gerente recomendando-lhe mudar de banco? Claro que não, seu banco pode estar na iminência de quebrar e nada vai ser dito a você. E mesmo que seu banco seja muito bom, sempre haverá bancos melhores que o seu; porém, dificilmente, seu gerente vai dizer isso.

Portanto, assuma as rédeas da sua vida financeira. Dedique tempo a ela, informe-se sobre o melhor de cada banco: tarifas, taxas, serviços, atendimento, fundos, informações ao cliente. Pesquise qual banco atende você com mais rapidez, mais qualidade e, se achar banco melhor que o seu, mude. Mude e gerencie a sua conta. Afinal, o gerente dela é você. Ninguém mais.

Rogério Olegário do Carmoé consultor financeiro pessoal e especialista em administração financeira e mercado de capitais pela FGV. Possui em sua formação cursos de administração estratégica de recursos humanos e controle de qualidade, além de ser especialista em finanças pessoais e practitioner em programação neurolinguística. Possui cursos de análise transacional e de constelações familiares. É diretor executivo da Libratta Finanças Pessoais.

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